quinta-feira, 5 de junho de 2008

Decadence avec elegance

Eu tava em dúvida de qual grande história do passado eu ia contar. Oi? minha memória não me favorece e precisava procurar emails antigos com detalhes mas Oi? morro de preguiça. Então vou contar uma história que não precisa de detalhes nem de tentar lembrar. É o tipo de história que você quer esquecer mas ninguém te deixa e nunca vai deixar, jamais, se bobear escrevem no meu túmulo essa boixta. Vejamos:

O local: Lôca (*inesperado*)
A data: 14 de março de 2006
O evento: Meu aniversário e discotecagem

Assim, agora em 2008 mesmo eu discotequei na Lôca de novo. Acho que já datou mas continua sendo divertido. Em 2006 era o auge - eu tava solteiro e numa fase ó-te-ma porque dali alguns meses eu ia ficar fora do Brasil por uns tempos. E como todo mundo sabe, isso é um ótimo motivo para ficar alguns meses numa grande balada única de despedida.

E naquele dia especificamente tava me achando a própria Johnny Loosha, tava com uma camisa branca, pessoas falando que eu tava bonito... Ok, eram meus amigos que diziam, e era meu aniversário, o mínimo era que me elogiassem (porque oi? presente ninguém dá) mas a boy can dream, néam? Pra resumir: tava uma noite limpa, bonita e feminina.

Falando em feminina (NOT!), depois da discotecagem lá foi maicol lóvi no palco apresentar a performance do dia. Era uma travesti relativamente nova na cena, mas um pouco gênia, preciso dizer. Como marcas registradas, tomar cerveja de canudinho e só responder "AHAZA" a qualquer comentário. Além dos modelitos escândalo, de pesar 28 quilos e de parecer um alien. Ai, a quem eu to tentando enganar, é a eloá, prontofalei.

Daí teve a performance e a michael convocou o público: "quem quer beijar a eloá?". E uma mãozinha se levantou e com toda a convicção do mundo se voluntariou e foi. E subiu no palco. E pegou eloá pelos braços. E como num filme romântico americano dos anos 30 segurou-a de forma horizontal. Os lábios se encontraram. A platéia berrou vibrou.

Sim, eu beijei a eloá.

Olha, já faz mais de dois anos, mas toda vez que eu falo isso ainda me bate uma coisa aqui dentro que é difícil de explicar. Cara, eu beijei o travesti mais horroroso do mundo na frente de todo mundo. Eu sou um testamento vivo do poder da bebida. Deviam fazer uma estátua pra mim. Não sei se a michael ofereceu dinheiro (hello prostituição), se foi minha vontade de aparecer, se foi tudo junto ou se foi 100% culpa da vodka... Porque não, eu não curto traveco não. Aliás operada ela (ele, ela, whatever) não é, porque fontes alternativas te juram pra você que no momento algo levantou dentro daquela exocet de rendinha (/fernandaabreu).

Atenuante: não foi de língua. Mas bora piorar a história? Umas horas depois o fotógrafo vem me avisar que poxa vida, perdeu o momento exato do beijo, a TIME tá ligando reclamando. Mas por favor, não seja por iiiiissooooo, eloáááá, cadê vocêêêê... e de repente estou beijando pela segunda vez, pelo motivo super digno de registrar o momento para a posteridade. Parabéns. Dessa vez não foi tão público, pelo menos.

Até hoje eu lembro da sensação de sair do palco. A cara de "porque? PORQUE?" dos meus amigos. A cara de "o horror! o horror!" de conhecidos. A cara de "quem é você na noite?" de todos os outros. Minha prima "mas poxa, "j", precisava disso? Você é bonito". Dia seguinte, o primeiro segundo depois de acordar foi a mais pura e perfeita definição de ressaca moral que esse mundo já viu. E oi, moral eu já risquei do vocabulário faz tempo. Foi uma experiência peculiar entrar no orkut e ficar o dia inteiro vendo mensagens de chacota/choque/pena/lamento se acumularem.

E meses depois, pessoas que eu conhecia pela primeira vez (e muitas vezes queria pegar) me dizendo "Ah! Eu sei daonde eu te conheço! Você beijou a eloá!". Já em setembro eu tava em NYC, encontrei pra sair um conhecido da lôca, e eis que o amigo dele vira "Foi você que beijou a eloá, né?". Querida, eu to em outro continente. Não me lembra disso, please. Não tenho estrutura emocional pra esse tipo de coisa.

E para coroar, aqui estou, voluntariamente, em 2008, escrevendo detalhes da história. Parabéns. Eloá, mi add. Beijos.

4 comentários:

"b" disse...

é um babado!

Anônimo disse...

é tudo verdade. foram duas vezes. NÃO TEVE MICHÊZINHO ENVOLVIDO. e viva o livre arbítrio (NOT!)

Anônimo disse...

sabe, essa era minha história predileta antes de conhecer esse blog

agora tenho antas opções, que já nada mais sei de favoritismo! acho que o blog inteiro pode ser eleito como uma grande história única favorita

c.h.i.c.o disse...

jotinha, num tenho nada a dizer... somente: me deleta do msn. tenho preconceito.