quarta-feira, 29 de outubro de 2008

¿Estás Hablando Conmigo?

No começo de 2006 algumas amigas começaram a combinar uma viagem para a terra do tango, de menem, de maradona, de madonna OPS evita e, mais importante que tudo, de cafus incríveis que falam 'te quiero' no pé do ouvido. Quem já foi lá sabe do que eu estou falando! Argentina, muchachos.

Por problemas diversos, as amiguë foram pulando fora, uma por dia, até que na véspera a única companheira restante comunicou que não iria. E eu, que só tinha entrado por último no programa, sobrei. Mas como eu me considero uma pessoa independente e é preciso agarrar as oportunidades e chique é ser inteligente e quem com ferro ferra com ferro será ferido, me joguei na aerolíneas, comprei meus pesos, coloquei 'dont cry for me argentina' no ipod e fui fazer um vapor portenho.

Fiquei lá uma semana, e entre cada bife de chorizo e visita a cemitério eu conhecia algum cantinhë das gay. O primeiro que eu fui era a coisa mais trash da história - e vocês sabem que vindo de mim, essa é uma declaração séria. Ironicamente chamado de angeles, era basicamente um puteiro de travestis. O próprio host do local me advertiu na entrada: 'cuidado para não ser roubado'. Aquele lugar fazia a lôca parecer festinha de 1a série.

Mas a primeira impressão, ainda bem, não foi a que ficou. Dia seguinte conheci o sitges e ele virou meu grande point. Minha primeira noite lá começou com drinks tensos e solidão e terminou com mojitos e um paraguaio - pero bien autentico - me ensinando os passos da saudosa lambada.

Já a outra noite terminou bem pior. Estava saindo do sitges e peguei um taxista medonho que logo perguntou se me gustava los chicos o las chicas. Pela lógica dos gays argentinos, minha resposta "positiva" (me encantan los cafus) só poderia ser seguida pela pergunta de se era verdade o mito dos brasileiros bem dotados e qual era o tamanho do meu pau.

E que pela lógica dos gays argentinos taxistas assustadores, só podia ser seguida pela solicitação - um brinde ao eufemismo - de que eu tirasse o pinto da calça e balançasse pra ele. Era um tal de 'no no no no no', de 'ahhh não fica tímido, tira e mostra pra mim, deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem eu não to fazendo nada nem você também'. Um tal de a mão dele simulando um pintocóptero. Ai.

Isso depois de perguntar se eu era ativo ou passivo, qual era meu tipo, de me pedir para dar notas aos caras que passavam na rua e de errar o caminho. Tudo em um espanhol claro-NOT que sempre deixava o malefício da dúvida de que talvez ele estivesse falando absurdos ainda maiores.

Minha cabeça só conseguia pensar "pronto, acabou. Esse cara vai fazer a robert de niro pra cima de mim, me levar pra um beco escuro e me estuprar". No final isso não aconteceu, graças a deus, e eu cheguei no albergue com a minha jodie foster intacta. E no bolso o troco da minha corrida, que eu descubri dia seguinte ser uma nota falsa.

Basicamente, dá pra dizer que paguei para correr riscos com pessoas taradas.

Pensando bem, nada que não aconteça regularmente...

(buenos aires - to be continued)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sob nova direção

Queria dizer uma coisa pra Lôca: estou mudando para melhor. Porque eu mereço.

Depois de muita danda lua na entrada do gueto tocando na pista em pleno ápice da meia noite, de muita gente intêênsa dy tyatrum cheia de garra e corações à mil, de 2 tequilas, muita cerveja, 1 dark, e muita falta de ética pra contar história, a gente tá mandando esse memorandum pra avisar que nosso novo lar de domingo é a Gambiarra. Beijos-classe teatral.

No próximo a gente volta lá para acabar com o que, por ventura, sobrou ontem. Porque se a noite começa com vomitinhos de tequila indo e voltando da boca pro estômago, só existe um destino certo:

Jundiaí - pasmem! (sempre sonhei em puxar um tracinho com pasmem/exclamação) Isso mesmo que você ouviu. Você vê só como a vida é engraçada. Uma entradinha sem querer no rodoanel quando eu estava prestes a chegar em casa e ÔPA, 2 horas de muita confusão e trapalhadas numa cidade do barulho. Eu disse duas horas. Eterno vapor de uma mente sem memória.

Dirigir quase dormindo?! Um eterno aprendizado

domingo, 26 de outubro de 2008

Drinking Game - Alice

Todo mundo gosta de um drinking game (não é?)
E porque não jogar um enquanto assiste o seriado Alice, na HBO? É tão óbvio, tão básico, e dá tanto material pra se jogar e acabar bem bebadinho.

Então escolha sua bebida, chame os amigos e drink up:

-1 gole/shot nos seguintes momentos:
-Mamilos de mulheres
-Bunda de homem
-Tia ou vizinha acende um baseado
-Palavrões "leves" (puta, porra, merda,...)
-Cenas em Palmas
-Cinco planos seguidos de paisagens de SP
-Motorista latino aparece

-2 goles/shot:
-Mamilos de Alice
-Alice sentada na privada
-Pau de homem
-Palavrões "fortes" (fuder e derivados, buceta)
-Cocaína
-Beijos triplos
-Personagens se masturbando
-Beijos gays
-Travesti
-Irmãzinha da Alice fala um palavrão
-Alice trepa com alguém e ganha um presente
-Alguém trepa com o motorista latino

-3 goles/shots:
-Buceta da Alice
-Beijo lésbico da tia
-Irmão de Alice atua bem
-Alice chega atrasada no trabalho
-Bunda do motorista latino

-Beba tudo que estiver na sua frente:
-Buceta da tia
-Estupro
-Cocô
-Incesto
-Pau do motorista latino

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sábado do Povo

Uma preguiça de tentar juntar os fatos que boiam na minha memória, mas acho que esse sábado não deve passar em branco. Nem que seja pra deixar só uns cacos do que foi.

Bom. É fato mesmo que dormir pouco é a chave do sucesso. Logicamente que se você dorme pouco e vai trabalhar, o foco vai pro mau humor. Mas se você dorme quatro, cinco horinhas e vai pro Playcenter, a vida muda. Pouco sono dá margem pra uma loucura muito interessante. Dica dada.

Então. Outra dica também que Noites do Terror é um grande vap (vap de vapor, do grego vapeur). E você juntando a noite pouco dormida com aqueles monstros, aquelas maquiagens, a nossa falta de noção e aquele público, vixe... sai da frente (pra não repetir aquele outra gíria). Porque tudo isso + cansaço é descontrole e falta de noção na certa. E isso antes de beber.

Agora tendo isso tudo nas mãos e comprar uma vodkinha é a receita ideal pra tua noite acabar na Blue Space, tendo a Ana Paula como musa e melhor amiga. Favor acompanhar as aventuras nossas com a Ana Paula no histórico do nosso Twitter.

Pra concluir toda essa aventura repleta de trapalhadas, com essa galerinha que está sempre atrás de muita confusão, a nossa noite acabou com idas e vindas e idas e vindas e idas e vindas no dark room. Você já lê e imagina, né. Jura. Mas não. O tema desse trajeto era POR ONDE ANDA "J"?. No fim encontramos.

Agora do que depender da memória dele pra sabermos alguma coisa sobre...
.
.
.
... jamais saberemos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ressaca, Nudez, Mágoas... e o Bozo.

Segunda-feira eu estava na grande viagem da res-sono-saca, pedindo sanduíches triplos no giraffas (reforma ortográfica?), quase chorando com a "beleza" do som de violinos e sendo ridicularizado por transeuntes que me viam batendo palminhas animadamente ao som da música do carro. É regra universal que ressaca é uma brisa única de sensibilidade aguçada e semi-loucura? Discuss.

Só sei que eu preferia que pelo menos ressaca não desse tanta fome, já que segunda constatei que minha dieta dos três dias anteriores havia se resumido à: catuaba, rum, pinga, vodka, energético, cerveja e x-burguer - incluindo aqueles de posto que um minutin no microonde tá pronto, e outros oriundos de lugares com nível de qualidade indiscutíveis, tais como a padaria-do-lado-da-bubu.

Pelo menos na caipirinha tinha umas fruta... pra faze o intestino funcioná, sabe.

Mas voltando pra segunda-feira. Ao longo do dia, fui descobrindo fatos da noite anterior, porque minha única lembrança era de estar na pista e ver minha camiseta ser retirada violentamente e rapidamente do meu corpo, revelando toda a esbórnia sedentária que tenho vivido. O culpado de tudo foi 'm', grande monstra da nudez.

Antes de dormir ainda descubro que derrubei minha bebida em pessoas - até aí, nada de novo. Mas em tempos de crise é preciso evitar o desperdício, o que me fez lamber essa bebida de volta. Minha primeira reação foi perguntar "eu lambi do chão?", o que já diz muita coisa por si só. Mas acho suficiente contar que 1. eu lambi de corpos, 2. pela lei da gravidade as bebidas caem 3. as pernas estão abaixo do pescoço.

Algum tempo depois, quando fui contar da noite, lembrei que beijei - além de todos os meus amigos (/novidade) - alguma pessoa x. Vagas memórias de ficar mágoas por ser ignorado por alguém que queria, mas agora to achando que é o mesmo. Parabéns - além da mágoa de quem você quer e não te quer, da mágoa de pegar alguém e depois ele não te querer mais, agora existe a mágoa de conseguir o que você quer e depois ficar mágoas por achar que não aconteceu.

Só que o que mais marcou minha noite foi a grande bad trip de estar sob efeito de ervas de jeová e assistir o bozo no palco. Nunca fui fã do bozo, aliás ouso dizer que ele não é do meu tempo. Mas o que me choca de verdade foi que minha amiga me contou que o bozo era monstra do padê e ficava bem lôca cas criançë ao vivo - mas que depois tinha feito a arrependida, ido pra rehab e encontrado nosso querido JC (mais conhecido como DJIZÃS). E virado pastor! Ele até fez uma performance na escola dela, vestido de bozo, mas tirando a maquiagem aos poucos, como se encontrando seu verdadeiro self na frente dos alunos. - Eu fazia esse papel. Mas por dentro eu não era feliz. (*pega o lancôme e limpa o sorriso de coringa da cara*)

Agora assim... talvez exista mais de um bozo - foi o que me falaram, mas se eu fosse fã acharia difícil de aceitar. Imagina se tivesse duas vovós mafaldas? Duas maísas? Duas xuxas? Duas priscilas da tv colosso? Mas existe também a hipótese deste bozo em questão, um grande bozo único, ter ficado bowa de fazer voto de pobreza e ido atrás da fama e dinheiro que lhe são de direito. E acabou caindo no grind - um lugar que não é exatamente recomendável para quem algum dia gostou de ficar monstra do padê e bem lôca cas criançë.

Bozo formou meu caráter.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A fuga da galinha

Sábado deus falou: desce e ahaza. Mas ele não foi muito específico.

Fomos pra Bubu. "J", eu, e nossas amiguës do Será que sou eu?!. E olha...será que era eu? Aliás... será que era o "j"? Não tem diga que esse meninë mostra que se importa quanto às eleições, porque no que diz respeito à sua parte social na Bubu, meu voto pra ele é nulo.

Já no auge de minha loucura, era entre 3 e 4 da manhã, e eu já tinha bebido uns 50 reais de Cuba Libre. Fora que antes de entrar a gente deu aquela calibrada no bar. Pois bem. Era entre 3 e 4 da manhã, e "j" atingia 100 reais em sua comanda, o que o fazia a quitar sua dívida caso quisesse pegar uma segunda comanda. Teoricamente havia a opção de só pagar tudo antes de ir embora, e agüentar o resto da noite na seca. Afinal, eram entre 3 e 4 da manhã, já haviam 100 reais dentro de seu organismo, além da calibrada no bar de fora.

Logicamente que isso não era opção pra "j". A segunda comanda veio. Foi aí que "j" passou dessa pra melhor. Defina melhor. Então já eram mais de 6 horas, e eu achei que já estava numa boa hora de sair, né. Tipos... oi, cansei. E decidido isso junto com meu amigo rico, perguntei pra ele se ele já havia pagado - pela segunda vez. Ele disse sim, confirmou, ôpa, simbora mais eu pro Mc. No caminho da saída, em plena pista de dança, ele - que estava atrás de mim - simplesmente saiu fugido. Sumiu pela pista. Tipos... oi, surtei. Fiz uma cara de cu. Uma cara de DE NOVO, SÉRIO?, e continuei no meu caminho já querendo que ele se fodesse. Mas chegando lá refleti meu dever social para com aquele ser que naquela altura já estava acéfalo, e resolvi ligar, mandando ele me encontrar.

Eu com o cartãozinho de saída nas mãos, já perto da porta, paro ao ouvir a lôca mandando eu esperar. Então ele pára no balcão da entrada, que ele tá careca de saber que só possui a função de entregar comandas na entrada. Muito depois das 6 da manhã, atrás daquele balcão só havia um segurança assistindo o movimento. "j" decide que é ali mesmo, começa a tirar sua carteira do bolso, comanda, jurando que vai pagar ali sua segunda comanda.

Oi, sua puta, lembra que você disse que já tinha pagado? Logicamente que depois que você bebe 100 reais e ainda sim pega uma segunda comanda, se alguém faz uma pergunta usando pagar e comanda na mesma oração, qualquer resposta é deconfiável.

Ok, confirmado que a segunda comanda estava pendente, fomos nós em direção da fila do verdadeiro caixa. Tipos que eu tava bem de bôwa, já tinha pagado há séculos, tava na fúria de MCDonalds, e depois desse carnaval todo ainda existia uma fila GI-GAN-TES-CA para enfrentar. Uma coisa Playcenter. E se eu tô dando todos esses detalhes, é para que Deus leia e saiba o bom menino que sou. Porque sábado na Bubu eu sei que ele não tava.

Ok. Fila enorme. A gente lá naquele vapor, "j" imprestável para qualquer tipo de diálogo. Como eu já tinha gastado a minha cota de fila, fui buscar um passatempo.
- Fica aqui na fila que eu estou aqui do lado, olhando a pista daqui de cima pra ver se acho meu amor de 2 metros e 37.

Oi, se você é o loiro de 2 metros e 59 que estava sábado na Bubu, me add em algum lugar. Mas me add mesmo.

Tá. Tô lá de olho no Prof. Girafales loiro da balada, quando volto o rosto pra fila pra certificar se "j" ainda vive, vejo um ser fugindo enlouquecido da fila, como se alguém tivesse acabado de anunciar a presença de uma bomba no recinto. Meu amigo é o "j", mas ele poderia facilmente se chamar "c". De CORRAO.

Nessa hora não sabia se eu chorava ou se agredia, mas fui eu lá atrás do meu filho, na véspera do dia das crianças, no banheiro feminino onde ele acabara de entrar. Fomos então mais uma vez pra fila. Então dessa vez, pela vergonha, decidi ir pra fila do outro lado. E lá, depois do esporro que eu dei, ele até recuperou seu dever social comigo. Meio no espírito LEMBRA DO BOM-HUMOR? ACABOU. E lá ele ficou bonitinho na fila enquanto eu mais uma vez ficava de olho no meu marido da pista. ALTAO

Quando eu vi que ele tava quase no caixa eu cheguei perto caso precisasse algum auxílio, alguma assinatura, algum responsável supervisionando. E nessa hora ele parecia estar no final de um rala-côxa com um ser x que estava atrás dele na fila. A gente ainda não tem certeza se houve algo. Fica a dúvida.

Mas foi assim que eu finalmente consegui sair da Bubu. Com muito esforço e muita garra. E com muita fúria. Fúria que acabou sendo direcionada pro primeiro imbecil folgado que eu cruzei no Mc. Já eram mais de 7 da manhã, e um mano imbecil me viu andando com minha bolsa-a-tira-colo-sempre-presente.
- E aí, viado?!
me baixou Silvetty, me baixou Tim Maia, minha voz engrossou Nair Bello.
- Sou viado mesmo, algum problema?
Ele ficou mudo.

Dormi tranqüilo naquela manhã.

A volta dos que nunca foram CORRAO

- Se você quiser ir comigo pra minha casa, é só me falar.

Tantas vezes que já falei isso para pessoas, tantas pessoas que eu já quis que falassem isso pra mim. E quem vem me dizer isso? Michael, o cafona - favor ver outro post. Naquele momento eu estendi a ele o troféu joinha e quando ele viu que eu não tinha para onde fugir me agarrou com toda a força.

- Não, não, não vamos posso beijar...
- É, né, depois eu vou voltar e você vai estar beijando outro.
- Ai... mágoa.


Michael se afasta. Bozo entra no palco. Eu me pergunto se a vida ainda faz algum sentido.

FIM.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Disk Caguei no Maiô

Tava eu de bobeira hoje lá na Brigadeiro. E taí um pleonasmo juntar eu e bobeira na mesma oração. Mas tá. E aí olhei prum poste e avistei:

CARTA SUSPENSA? (11) 4975 3979

Vapor! Já que o Johnny libera uns taxi pras gostoza só no sábado, achei melhor anotar. Lei seca ta aí. Eu não sou exemplo pra ninguém, que dirá meus amigos. Fica uma dica aê pra nação.

Ligando lá e falando que você chegou através desse blog, cê ganha desconto no segundo suborno de blitz.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Star Quality

Uma amiguë minha uma vez me deixou um testimonial (vulgo depoimento) no orkut dizendo que eu era um pouco tímido, mas que depois de duas cubas era digno de um palco. Guardadas as devidas adaptações - não sou mais tímido, duas cubas virou quatro, defina digno - considero que foi uma verdade que ela previu. Vejamos:

1 - Neste último sábado mesmo estive ao lado da drag Dilah Diluz e da nata da periferia GLBT paulistana no palco da tunnel. Tudo começou quando eu e "m" ficamos discutindo de como eu estava cada vez mais superando meu superego, sem medo de ser feliz, e de repente isso equivalia a não ter medo de ser feliz em um fica comigo com uma racha no palco. Não conseguia parar de rir, não falei o nome que eu queria (ou seja, disse meu nome certo), declarei que meço (mido) 18cm e quando me perguntaram se era gay só disse "é". Fui lá, agarrei a feiosa e fui o primeiro a ser rejeitado. Fiquei um pouco mágoas mas refleti um pouco e pensei "melhor do que ser escolhido e ter que beijar a racha". Fui descer do palco, achei que tinha uma escada e OPA não tinha. Fim.

2 - Outra vez fui chamado para o palco da lôca em uma quinta feira. Como sempre, tive que responder ao questionário de perguntas super genéricas e fáceis de responder publicamente, do tipo "você é passiva" e tamanhos que não são a sua altura. O pior foi eu mentindo - "sou economista" OI NÃO SOU - e hesitando em horas erradas - "é passivo?" "ahn..." (gongação geral). E o gran finale: um amigo nosso ia me beijar mas não estava sendo pró-ativo o suficiente, por isso foi substituído por outro, que para provar assertividade me agarrou. Eu deitei no palco com ele em cima de mim. E sim, ele era bom e o beijo também.

E o meu pânico de não ter condições de comprar o cd? Cd esse aliás que é de uma genialidade ímpar - abre com silvetty gemendo COISAAAA BOAAAA PRA VOCÊÊÊÊ e tem uma versão de kid abelha chamada AH EU QUERO DAR O CU, COMO EU QUERO. Um clássico também da qualidade de gravação - as músicas seguintes começam com o finalzinho da anterior. Tá lá na minha prateleira - Para wong foo obrigada por tudo julie newmar 'j', um beijo da silvetty. E para quem acha que tá hype com disquinho do rufus wainwright, recomendo uma visita para a página da silvetty na wikipedia. And I quote:

"Silvetty has also released a 14 track album named 'Coisa boa pra voce' (something good for you) which instantly became a must-have among gay boys in Brazil"

a.must.have.

3 - Para a experiência mais traumática e transcedental que alguém já viveu em um palco, favor checar esse post.

Mano. Já dá muita merda com as pessoas me vendo en passant na noite, do tipo "quando te vi na pista, você estava alucinado" ou "quando você veio falar comigo, falou muitas coisas constrangedoras". Ok. Agora pra que fazer questão que to-do mun-do me veja e me ouça, com direito a microfone e luzes? Quando foi que esse espírito de calouro tomou conta de mim?

Beijos, me segura que o próximo passo é a danger.

domingo, 5 de outubro de 2008

Beijo-me-anula

Mano. Primeiro que agora eu falo mano. Segundo que eu tô me segurando pra não entitular esse post como ELEJAO. Porque agora tudo que eu falo é com AO. Um beijo pras portas abertas do meu inconsciente, via Cuba Libre. CORRAO.

Mas tá. Eu acabei de votar. E eu imagino que eu devia ser a pessoa mais mendiga daquele recinto. Que não era lá o Maksoud Plaza.

No livro Confissões de Adolescente, a Ingrid conta que na primeira vez que fumou maconha, ela saiu na rua bem lôca da taba com uma toalha na cabeça, e só foi se dar conta disso pelo olhar de choque das pessoas.

Pois bem. Eu estava *no vapor de ressaca da Tunnel*, eram quatro e quarenta e três, e eu tava batendo papo aqui no msn. Sabendo que o tempo limite é às cinco. Oi, não é que nunca votei. Aí, com a agilidade de um hipopótamo saí do computador e fui em direção aos meus planos. Botar uma roupa decente; escovar os dentes; dar um tapa no cabelo; uma parada na privada; tentar ficar menos fedido.

Claro, como de praxe eu sempre "me dou conta que estou atrasado" no meio da escada. CORRAO. Eu começo a sair correndo e já vou desistindo de todos os meus planos, dando prioridade só pra um. Achei digno escovar os dentes, porque fiquei com dó do povo que fosse estar perto quando eu precisasse pronunciar meu nome. Ok.

Num pulo eu só troquei de bermuda, peguei meu título e saí em disparada. _ _ _ _ _ _. Cheguei lá. E os mesários já com um olhar de final de rave, no efeito da bala ainda, meio na tensão dos últimos segundos. E num pulo eles me mandaram votar naquele segundo. Oi, eram quatro e cinqüenta e oito. Uma coisa missão impossível. Passando por debaixo da porta da garagem que está descendo pra fechar, no último segundo.

Foi então que aconteceu um imprevisto. Naquele vapor de pressão dos mesários, eu consegui errar na escolha do vereador. Obviamente também porque dediquei todo meu tempo livre à bebida, de quinta até ontem, e esqueci de rever meus conceitos sobre eleição, sobre votar apenas na sigla do partido, como isso é na prática, etc e talz... caguei. E aí enquanto eu pegava meu comprovante, senti o olhar que a Ingrid sentiu na rua. Reparei, portanto, que um trapo que eu trajava, formerly known as camiseta, estava mostrando ao mundo que veio.

É assim. Em casa eu sou um mendigo. Mais que fora dela. E se você ver as coisas que eu uso, desacredita. E aí que tem essa camiseta metida a peneira, que além de tudo não tem mais barra, é uma sucessão de pontas rasgadas e fios soltos pendurados na altura da minha coxa. E por cima tinha só uma blusa tapando a maior parte dela. Com o tempo escasso, antes de sair de casa pensei: botando esse lixo por dentro da bermuda, com a blusa por cima, e não tem quem diga. E claro, esqueci.

Então foi isso. Quando eu vi eu tava com essa trapo à vista, esvoaçante, com todo mundo olhando com asco, porque após o choque disso, o olhar das pessoas seguia pro meu cabelo, onde não havia nada no mundo mais pegajoso, e finalizava olhando pro meu chinelo - mais sujo que as ruas sujas de santinhos.

Ressaca = mendiguismo público

- Eu. tenho. medo.

TUNNAO

Agora é assim. Não basta ser louco e inconseqüente - pelo bom uso do trema, saudades -, eu também grito. Grito. Sim. Como se o mundo fosse surdo, eu dou gritos aleatórios. 90% usando a palavra CORRAO. Precisa nem frisar quão rouco eu tô, precisa?

Já falei que a Tunnel é de Deus? É-de-DE-US.

Das coisas que mais me recordo de ontem: numa turma X, com o povo mais high on alguma coisa do mundo, eu já me sentindo íntimo, todos vibrando, uma menina protagonista, que atendia pelo nome GINA, passando gloss loucamente e beijando todo mundo na mesma intensidade. E dizendo pra quem quisesse ouvir que era 100% ativa. E eu soltando frases que de repente viravam tipos grito de guerra, todo mundo repetindo, batendo palma... enfim, foi isso.

Ok. Quando eu começo a dar ibope pra sexualidade de lésbicas, você tome nota.

Mano. Eu achava melhor nem citar isso, pelo bom uso do super ego, mas foda-se: teve lá showzinho de drag no palco. Ok. Claro que "j" subiu e fez um vapor. Era um *fica comigo*, e ele subiu porque teoricamente queria ficar com uma menina. A mais baranga do mundo. Mas o ponto desse parágrafo é outro. O que mais importa foi a drag no final recitando a letra de uma música do Caetano, na maior fúria da história do teatro marginal de São Paulo. E depois ela fazia o que? Tirava a peruca. Todo um conceito. Oi, meu nome é "m", e tudo o que eu conseguia falar sobre o show era FOI LINDO. E dizer que tinha quase chorado. Parabéns. Quase chorei num show de drag. Na Tunnel.

Mas basicamente foi isso. Ah, teve mais. Não citando nomes, mas quem foi comigo, no fim da noite, ficava gritando EU FIZ ALGUÉM GOZAR EM MIM NA PISTA. E oi, não era um grito aleatório. Era documental.

PORRAO

Ah, e eu não consigo mais fazer outra coisa senão ouvir Perla. Não sei como vai ser a Lôca sem a Perla pra eu cantar SONHOS no microfone junto. Ok. Bom. Ontem foi tranqüilo. Estrago mesmo vai ser hoje. Aguarde.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Don't Stop 'Til When You've Get Had Enough

Daí que dia desses minha necessidade física/emocional me levou a fazer um erro. Dizer isso = redundância, porque erros sempre nascem daí, mas a questã é que dessa vez a necessidade se juntou ao meu bem conhecido otimismo e boa vontade com o mundo. Só podia dar merdas.

Pra começo de conversa... não me julguem por beber demais. Ouso dizer que a maioria das pessoas no mundo é meio chata, meio feia, meio burra. E quando eu bebo, a realidade (não só ela, de vez em quando) vira de ponta cabeça e todo mundo fica super legal, super lindo e super inteligente. Algumas drogas deixam a percepção mais intensa, ou trazem mais sentido pra vida. O álcool confunde a percepção e tira o sentido. E isso, eu tenho descoberto, é uma coisa boa.

Quédizê... é uma coisa boa se você tem consciência de que é assim. Não quando você acha que aquele cara era incrível de verdade e portanto marca de encontrá-lo durante a semana. Sóbrio.

O nome: michael. Se não chamar maicol ou algo do tipo, mas isso não vou atrás de saber. Eu lembrava de ele ser bom, o 'm' confirmava, mas fica a dica aí pra vida: jamais confiar na gente bêbado. Combinamos de encontrar e ao chegar no bar da lôca eu meique tinha que encarar as pessoas um pouquinho mais, com a expressão neutra, à espera de um sorriso que me diria OPA, É ELE MESMO. Porque eu não tinha certeza de quem podia ser. Quase um blind date - com a diferença de que eu já tinha estado em um motel com aquele que eu, agora, não tinha certeza de quem era. Até que vi, e tive a certeza - que eu queria não ter.

Michael, o cafona, estava lá fora e não me viu. Eu rapidinho pulei de volta pra dentro do bar e fiquei tenso, refletindo, fingindo que estava no celular, aquela coisa básica. Considerei inventar que tive um desastre repentino na família, sumir sem deixar vestígios e viver o resto dos meus dias na paranóia de atender qualquer 'número desconhecido' ou dele me ver na balada. Mas achei sacanagem. Beijos-culpa, você só aparece nas horas erradas.

Fui lá e sentei com michael e as amigue dele. Comecei a beber cerveja, de estômago vazio e ignorando a lei seca. Não sabia porque. Se era 'tem cerveja na mesa eu não consigo não beber', se era pra beber tanto a ponto de ele ficar pegável (ia ter que ser bastante), se era pra ter coragem de dar uma desculpa esfarrapada e sumir, se era pra ter o que fazer com as mãos - o grupinho era não fumante, ainda por cima.

A conversa continuava e o motivo passou a ser 'pauta para o blog e reflexão para a vida'. Em algum momento entre conversas sobre heranças divididas entre 15 filhos - na maior vibe de 'bixa pobre que quer se fazer de rica' *bocejos* - uma parte do meu cérebro pensou 'Seriously... why am i here? Eu to voltando da faculdade. Eu já namorei pessoas bonitas e legais. Eu não sou horroroso. Eu faço sexo regularmente. Eu estou lendo 'A Insustentável Leveza do Ser'. Eu sei dar opiniões coerentes e fundamentadas sobre assuntos relevantes para a sociedade. WHY, GOD?'. A outra parte do meu cérebro só conseguia torcer para que ali não passasse nenhum conhecido.

Enquanto esses pensamentos tomavam a minha cabeça, michael, o cafona pegava na minha mão e me dava beijinhos. E quando o amigo dele chamou a gente para ir no athenas, a bonita deixou a decisão pra mim, afinal o plano original era motel. Eu fiz que daquele dia eu tava sussa, era melhor a gente só conversar, como se quisesse dizer "gostei tanto de você que não quero só sexo. Vamos nos conhecer melhor". Oscar pra mim djá!

Pelo menos o amigo dele era engraçado e o sanduíche do athenas é gostoso. Pra piorar, eu já tinha prometido levar ele pra casa, e eu sou uma pessoa de palavra, então lá fomos nós pra zona norte. No caminho alguma coisa tomou conta de mim e me deu aquela vontade. É que eu lembrava dele ter um corpo incrível. NÃO, NÃO TEM. E de ser um grande gênio na cama. NÃO, NÃO É. Foi uma verdade se destruindo atrás da outra. Revi minha vida, menine. Na hora eu queria fazer algo bem bapho pra impedir aquilo de ir em frente. Sugeriram passar cheque. Do tipo 'Caguei pra você' meets pelo bom uso do literalmente. Isso é manifesto!

No final foi um caso clássico de 'tá ruim tá ótimo', porque ele exigiu que eu ligasse pra ele no dia seguinte, mas gente ruim de cama não merece receber ligação. Beijosnãoteligo. Ah, e só mais um detalhe pra coroar: segundo ele, já tinhamos ficado antes, anos atrás.

De todas as vezes que eu fui na lôca depois disso, ele estava lá.

Michael é uma advertência ambulante do que eu sou capaz.