quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ressucita-me

O negócio é o seguinte. Eu fiz vinte e três anos esse ano. E sabe quando foi a primeira vez que resolvi beber para ficar alegre? Aos treze anos de idade. Parabéns, eu sou um treze! E adivinha com o que veio a ser meu debut? Te dou uma chance. Fidel se orgulha!

Ok. Isso, lá em 98, se deu num estacionamento de um shopping aqui da região, com rum+coca-cola tirados diretamente da pratileira. Ou seja: quentes. Insira aqui outro parabéns. E me lembro como se fosse hoje que eles vieram juntinhos numa embalagem as in promoção, sabe? Lembro da gente bebendo, rindo, correndo pelo estacionamento, se encontrando no dia seguinte na escola, comentando que não tava rolando nem sinal de ressaca nem nada. Óbeveo, né. Enfim. Lembro, lembro, lembro.

Tá. 10 anos se passaram e pergunta se mais alguma coisa sobrou na minha memória? Pois é. Depois de lá, vou resumir minha vida etílica em época e eventos:
  • 14 ou 15 anos: o grande porre único, no aniversário da irmã mais velha e cult de uma amiga, que resultou na minha maior faceta de exorcista da história em pleno quarto da coitada, e mais tarde na mãe da menine me jogando embaixo do chuveiro de roupa e tudo. Como Deus não ficou satisfeito só com isso, no dia seguinte me deu minha primeira ressaca grande e única, que veio a acontecer no mesmo dia que eu tinha combinado com a galera de ir num show de trocentas bandas no Anhembi. Que país é esse? style;
  • 16 anos: começo da minha vida bohêmia, porém sem muita animação para com as bebidas. O fato acima deixou saudades traumas. Me lembro de pedir uma caipirinha na noite, dar 3 goles nela, sentir um vomitinho nervoso e beijos, doação de caipirinha. As in mil novescentos e conta do banco tinindo;
  • dos 16 aos 17 fui mimbora pra Passárgada, de intercâmbio, onde não bebi UMA GOTINHA sequer. Por vontade própria. Sendo que na casa que eu fiquei, a mamma, muito da gente boa, disse que querendo eu poderia pegar uma cervejinha na geladeira numa nice. Mesmo sendo ilegal. Gênia.

Essa foi uma bonita história de vida. Até meu grande comeback único. Porque foi eu chegar, de fígado brilhando e muito samba nesse corpo, que minha vida desandou. A caipirinha não relutava mais em descer na garganta. Virou água. E isso coincidiu com a minha primeira ida ao hospital para tomar glicose. Dezessete anos. Have mercy. E de lá pra cá, o maior intervalo drinkless que rolou, num descanso hepático, foi uma vez em 2004 que eu respeitei o antibiótico e não bebi durante uns 10 dias. Também conhecida como a última vez que respeitei o *não beber* do médico.

Então, aqui com a minha calculadora do windows, são 10 anos de sabedoria com a bebida, sendo que nessa relação, o casamento vem mesmo dos 17 até os 23 anos. Diretão, nonstop. Isso me dá 6 anos etílicos, equivalentes a 288 finais de semanas. O que me leva à uma média de 430 ressacas. E a incontáveis litros alcoólicos.

Ufa. Tô quase botando Legião Urbana pra tocar, mas ãnfãn. Disse tudo isso para não ser criticado ao finalmente dizer com todas as letras que estamos indo para Rehab. Sim. Por um mês. Para ver como é, para ver se a vida muda, porque é meio moda.

E como ninguém nunca quis anunciar nada aqui nesse blog, nossa rehabilitação mendiga consiste apenas em continuar no mesmo teto, nos mesmo lugares, nos mesmos amigos, e se esforçar muito para não beber. Eu queria mesmo era uma camisa de força. Mas ok. Enquanto isso, não se preocupe, porque desses 10 anos existem algumas histórias na memória. Ainda.

Um comentário:

Anônimo disse...

se comecei com uns 13, sem non stop, e to na casa dos 27, G-JUZ.

vou até assinar anônimo pra não cair no google.

beijo, dercy!