segunda-feira, 14 de julho de 2008

Jekyll and Hyde

Dizem por aí que drogas podem desencadear processos psicóticos e doenças psicológicas em pessoas que não haviam demonstrado sinais disso antes. Tipo aquilo tá dentro de você a vida inteira, tu fuma um beckzinho PLIM hello esquizofrenia. Djizãs, não tinha reparado em como dizer isso é concretamente assustador até escrever. E eu vim escrever porque tenho sofrido o que acredito serem sinais de dupla personalidade.

No grande bubu-comeback, por exemplo. Gastei 92-fucking-reais, um recorde. Uma semana depois, o recorde foi batido e deixei 119 reais no boca club, o que deve ser mais que o aluguel mensal do lugar. Então, por exemplo, na noite eu sou uma pessoa digna, fina, elegante, sincera e rica... ok, só rica, mas oi? na vida nem sou? conta acabando e ainda é dia 9?

A própria atitude em relação a bebida é dúbia. Eu chego na festa de família e vejo uma garrafa de tequila fechada inteirinha. Metade de mim pensa "incrível!" e a outra metade pensa "merdas!". A segunda metade geralmente tem mais razão.

Mas o grande clássico da dupla personalidade é a mágoa.

Algum amigo quer ficar com alguém que eu também quero e tenho prioridade. Daí, bêbado, eu digo que não me importo. Daí, mais bêbado, passo a me importar. Mágoa. E fico com raiva de ter acontecido algo que eu permiti e depois esqueci que tinha permitido. Daí eu acordo de ressaca e fico dividido. Daí sóbrio eu concluo que não tem climão. Enfim, se você ficou confuso é porque realmente é confuso, pessoas loucas são confusas, beijos.

No final é basicamente a dúvida se meus sentimentos verdadeiros são suprimidos ou potencializados pelo álcool. E não vem com aquele papinho de que "a pessoa bêbada se solta e faz o que sempre quis e não tinha coragem". Em termos, gente, em termos... eu não queria lá no fundinho do meu âmago catar a eloá e oh, o álcool me ajudou a libertar isso. Isso é papinho de gente muito otimista da vibe "jesus a bebida liberta". Esse povo nunca bebeu o suficiente pra ver a merda que pode sair.

A ponto de chegar em casa puto/chateado/mágoa e pensar pra mim mesmo "ai, to muito cansado, melhor deixar pra ver amanhã se isso faz sentido". Todo um turbilhão aqui dentro do meu coraçãozinho, liberado em atitudes contráditórias. Assim, se eu fosse um personagem de uma série de tv, a crítica diria que eu não sou um personagem coerente.

Me imagino num tribunal.

- Jura dizer a verdade, nada mais que a verdade, blabla whiskas sachet?
- Senhor juiz, eu não conheço a verdade, nada mais me lembro, tudo em minha vida é auto-sugestão.

2 comentários:

"d" disse...

acho que você assistiu fantástico esse final-de-semana. eles super falaram da alteração do DNA, drogas, vida, ui!.

amiga, relaxa. quero bubu com vocês também. tipos, ninguém me chama! só chamaram uma vez.

Remi disse...

"E não vem com aquele papinho de que "a pessoa bêbada se solta e faz o que sempre quis e não tinha coragem". Em termos, gente, em termos... eu não queria lá no fundinho do meu âmago catar a eloá e oh, o álcool me ajudou a libertar isso. Isso é papinho de gente muito otimista da vibe "jesus a bebida liberta". Esse povo nunca bebeu o suficiente pra ver a merda que pode sair."


OBRIGADO!!