quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Danskando na chuva

Poucas coisas são mais emblemáticas da falta de controle na hora de beber do que jogos universitários. Tá em algum lugar lá entre aniversários, reveillón, quintas e domingos na lôca, festas no apê... enfim, na verdade qualquer evento social, mas a vantagem é que jogos universitários consistem de xingar pessoas simplesmente porque elas estão estudando o mesmo que você só que em outro lugar. Começa bem.

Daí que eu fui num desses, que não era JUCA nem algum desses top (defina top) mas dava pro gasto. Fui pra primeira balada bebendo vodka danska direto do gargalo - um gargalo normal, wide and open. Eu nunca tinha entendido pq vodka tem medidor e não pode ser como uma garrafa normal. Depois desse dia eu entendi. Te dou um dado? Vodka não é coca cola.

A última imagem que eu tenho é de estar no carro berrando e minha memória desses instantes ficou tão intensa e distorcida que quando eu penso naquele momento me vêm na cabeça uma limousine no lugar de um fiesta, a janela vira pra mim um lindo teto solar, são roque vira los angeles e eu sou kate moss indo pra festa do elton john depois do Oscar.

Então, essa era minha última memória, lembra? Segundo fontes, eu desapareci por HORAS até que fui visto junto à grade que separava a buatchi do campo. Lá estava eu. Na chuva torrencial. Com a braguilha aberta. Do lado de fora. Com o olhar distante, como se tivesse dormido em são paulo e de repente acordado lá, naquele exato momento. Ao meu lado, um cachorro sem uma das orelhas.

- "J"! O que você está fazendo aí?
- Eu tava procurando o banheiro...

Fui levado para casa, molhadinho como se tivesse pulado em uma piscina. Chegando na barraca em que a gente tava, a enlouquecida aqui foi pro banheiro se trocar com roupas que não eram suas, e previsivelmente todas se espalharam pelo chão - o chão de um banheiro de alojamento de jogo universitário, aquela orgia de xixi, vômito e camisinhas usadas. Meus amigos resolveram que era melhor me trocarem e eu rolava de um lado pro outro com o shortinho do pijama, expondo minhas partes íntimas sem medo de ser feliz.

(como é que eu ainda tenho amigos, meu deus?)

Claro que eles se aproveitaram do blackout e inventaram que eu tinha ido na barraca do menino mais insuportável da turma, que eu tinha mordido a orelha do cachorro que estava ao meu lado na grade, que eu tinha falado e feito coisas com deus e o mundo, enfim... coisas tão, mas tão inverossímeis que por uns dois momentos eu tive certeza que era verdade.

Noite seguinte, estávamos andando de carro, procurando a segunda balada da viagem. Eu virei e comentei "olha, tem uma aqui, será que não é essa?".

- "J"... essa foi a da noite passada. Lembra?

Não.

Danska: não fica dica.

2 comentários:

Unknown disse...

desculpa a indiscrição, mas um fato de suma importância foi omitido: ele passou horas acreditando que havia recebido sexo oral de um cachorro de rua. vai, super relevante!

"d" disse...

menine, que babadow!
eu acho que toda quinta-feira eu bebo vodka danska, por que aquilo lá, não é vodka da boua não.

juros.

ps: mudem a cor do blog, estou ficando cega a cada lida.