sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Baby you can drive my car

Daí que o povo vai lá e faz o maior climão do universo porque bateram no carro do Shia LaBeouf enquanto ele dirigia bêbado e agora vai atrasar a produção de Transformers 2 e o Perez Hilton, que já foi muito melhor e hoje em dia é um grande chato de galochas fica julgando o menino...

Whatever, minha gente! Ele tava dirigindo bêbado e nem bateu em ninguém! Bateriam nele mesmo que ele estivesse sóbrio... tipos aconteceu comigo uma vez... "Sim, mãe, eu estava bêbado, mas bateram em mim!". É uma frase cheia de meias verdades.

Se eu estava bêbado?! Demais. Era cervejada da faculdade. Meu primeiro ano. Meu primeiro mês com carro. Como era minha turma que organizava a cervejada, eu ia pro bar e era uma cerveja atrás da outra... sem pagar, claro, porque eu também estava no caixa. Todo mundo muito bêbado até decidirmos que era a hora certa pra dar um beijo a quatro. Eu, mais dois meninos e uma menina... nos linguando geral no meio do CA. Até caírmos no sofá, ainda nos comendo. E o "j" em pé do meu lado, fazendo a função do segurador da minha cerveja. Só lembro de virar pra ele, que estava espantado, na maior vibe de "who am i? what am i doing?!".

Saímos do sofazinho e decidimos ir lá fora, beijar todo mundo. Não medi esforços pra isso, agarrei pessoas, até mesmo um professor, sem nenhum sucesso. Sei que nessa me derrubaram e eu me ralei todo no concreto.

Até que alguém teve a brilhante idéia de irmos para o Atari. Obviamente eu estava sem condições de dirigir. Então aí está a primeira mentira que eu contei pra minha mãe. Eu não estava dirigindo meu carro. Aos 18 anos eu ainda tinha vergonha de falar pra ela que estava muito bêbado e prudentemente pedi pro "j" dirigir.

E fomos. "J" dirigindo e eu enlouquecido ligando pra todo mundo achando que iam me enganar, que eu ia chegar no Atari e não teria ninguém. No carro de trás a prima do "j" e uma amiga minha, totalmente aleatória na situação, aproveitando a carona pra região da Paulista.

Eis que o "j" vira proibidamente da Brigadeiro direto na Paulista, e ainda resolve parar no semáforo. E eis que vem um carro que estava vindo correndo e bate na prima dele, que bate na gente. Essa foi a segunda mentira que eu contei. "Eu estava dirigindo direito, não fiz nada proibido!" Ninguém sabe no fim das contas quem estava certo e quem estava errado. Só sei que eu passei a ligar chorando pros meus amigos que estavam indo pra balada pra contar o quanto eu era infeliz.

Enfim... o que eu podia fazer? Trocamos telefone com o cara e eu fui pro Atari mesmo assim... uma noite que nada mais me lembro. As memórias foram voltando através dos sms que eu conferi no dia seguinte. Tinha mandado pro "j": "Já beijei 6" / "Agora foram 8" / "Um total de 11". Além de protagonizar fotos que foram parar no site do Atari e outras da minha máquina, que foram muito bem escondidas num cd.

Bons tempos que eu achava que beijar 11 pessoas na balada era coisdiloco... só me arrependo mesmo de cavalgar um ZL de regata prateada.

PS: Depois desse dia meu carro nunca mais foi o mesmo. O cara não tinha seguro e o amassadinho atrás dele que raspava no pneu continuou até o dia que o vendi.

PPS: Esses meus amigos com quem comecei o beijo quádruplo no CA vieram futuramente a fazer parte de uma história ainda melhor da minha vida, que eu ainda vou contar por aqui...

Um comentário:

"j" disse...

e dizer que naquela época eu ainda fazia a responsável eventualmente e ficava espantado com beijos quádruplos. saudades.

saudades também do seu pneu batendo com a ferragem, que parecia um cachorro latindo.

PS: cavalgar o ZL e agarrar o professor foram clássicos!