quarta-feira, 29 de outubro de 2008

¿Estás Hablando Conmigo?

No começo de 2006 algumas amigas começaram a combinar uma viagem para a terra do tango, de menem, de maradona, de madonna OPS evita e, mais importante que tudo, de cafus incríveis que falam 'te quiero' no pé do ouvido. Quem já foi lá sabe do que eu estou falando! Argentina, muchachos.

Por problemas diversos, as amiguë foram pulando fora, uma por dia, até que na véspera a única companheira restante comunicou que não iria. E eu, que só tinha entrado por último no programa, sobrei. Mas como eu me considero uma pessoa independente e é preciso agarrar as oportunidades e chique é ser inteligente e quem com ferro ferra com ferro será ferido, me joguei na aerolíneas, comprei meus pesos, coloquei 'dont cry for me argentina' no ipod e fui fazer um vapor portenho.

Fiquei lá uma semana, e entre cada bife de chorizo e visita a cemitério eu conhecia algum cantinhë das gay. O primeiro que eu fui era a coisa mais trash da história - e vocês sabem que vindo de mim, essa é uma declaração séria. Ironicamente chamado de angeles, era basicamente um puteiro de travestis. O próprio host do local me advertiu na entrada: 'cuidado para não ser roubado'. Aquele lugar fazia a lôca parecer festinha de 1a série.

Mas a primeira impressão, ainda bem, não foi a que ficou. Dia seguinte conheci o sitges e ele virou meu grande point. Minha primeira noite lá começou com drinks tensos e solidão e terminou com mojitos e um paraguaio - pero bien autentico - me ensinando os passos da saudosa lambada.

Já a outra noite terminou bem pior. Estava saindo do sitges e peguei um taxista medonho que logo perguntou se me gustava los chicos o las chicas. Pela lógica dos gays argentinos, minha resposta "positiva" (me encantan los cafus) só poderia ser seguida pela pergunta de se era verdade o mito dos brasileiros bem dotados e qual era o tamanho do meu pau.

E que pela lógica dos gays argentinos taxistas assustadores, só podia ser seguida pela solicitação - um brinde ao eufemismo - de que eu tirasse o pinto da calça e balançasse pra ele. Era um tal de 'no no no no no', de 'ahhh não fica tímido, tira e mostra pra mim, deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem eu não to fazendo nada nem você também'. Um tal de a mão dele simulando um pintocóptero. Ai.

Isso depois de perguntar se eu era ativo ou passivo, qual era meu tipo, de me pedir para dar notas aos caras que passavam na rua e de errar o caminho. Tudo em um espanhol claro-NOT que sempre deixava o malefício da dúvida de que talvez ele estivesse falando absurdos ainda maiores.

Minha cabeça só conseguia pensar "pronto, acabou. Esse cara vai fazer a robert de niro pra cima de mim, me levar pra um beco escuro e me estuprar". No final isso não aconteceu, graças a deus, e eu cheguei no albergue com a minha jodie foster intacta. E no bolso o troco da minha corrida, que eu descubri dia seguinte ser uma nota falsa.

Basicamente, dá pra dizer que paguei para correr riscos com pessoas taradas.

Pensando bem, nada que não aconteça regularmente...

(buenos aires - to be continued)

Um comentário:

"d" disse...

ay ay ay, que vapour!
quero muito ir pra argentina. vamos ver preços e vamos juntas?