quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Don't Stop 'Til When You've Get Had Enough

Daí que dia desses minha necessidade física/emocional me levou a fazer um erro. Dizer isso = redundância, porque erros sempre nascem daí, mas a questã é que dessa vez a necessidade se juntou ao meu bem conhecido otimismo e boa vontade com o mundo. Só podia dar merdas.

Pra começo de conversa... não me julguem por beber demais. Ouso dizer que a maioria das pessoas no mundo é meio chata, meio feia, meio burra. E quando eu bebo, a realidade (não só ela, de vez em quando) vira de ponta cabeça e todo mundo fica super legal, super lindo e super inteligente. Algumas drogas deixam a percepção mais intensa, ou trazem mais sentido pra vida. O álcool confunde a percepção e tira o sentido. E isso, eu tenho descoberto, é uma coisa boa.

Quédizê... é uma coisa boa se você tem consciência de que é assim. Não quando você acha que aquele cara era incrível de verdade e portanto marca de encontrá-lo durante a semana. Sóbrio.

O nome: michael. Se não chamar maicol ou algo do tipo, mas isso não vou atrás de saber. Eu lembrava de ele ser bom, o 'm' confirmava, mas fica a dica aí pra vida: jamais confiar na gente bêbado. Combinamos de encontrar e ao chegar no bar da lôca eu meique tinha que encarar as pessoas um pouquinho mais, com a expressão neutra, à espera de um sorriso que me diria OPA, É ELE MESMO. Porque eu não tinha certeza de quem podia ser. Quase um blind date - com a diferença de que eu já tinha estado em um motel com aquele que eu, agora, não tinha certeza de quem era. Até que vi, e tive a certeza - que eu queria não ter.

Michael, o cafona, estava lá fora e não me viu. Eu rapidinho pulei de volta pra dentro do bar e fiquei tenso, refletindo, fingindo que estava no celular, aquela coisa básica. Considerei inventar que tive um desastre repentino na família, sumir sem deixar vestígios e viver o resto dos meus dias na paranóia de atender qualquer 'número desconhecido' ou dele me ver na balada. Mas achei sacanagem. Beijos-culpa, você só aparece nas horas erradas.

Fui lá e sentei com michael e as amigue dele. Comecei a beber cerveja, de estômago vazio e ignorando a lei seca. Não sabia porque. Se era 'tem cerveja na mesa eu não consigo não beber', se era pra beber tanto a ponto de ele ficar pegável (ia ter que ser bastante), se era pra ter coragem de dar uma desculpa esfarrapada e sumir, se era pra ter o que fazer com as mãos - o grupinho era não fumante, ainda por cima.

A conversa continuava e o motivo passou a ser 'pauta para o blog e reflexão para a vida'. Em algum momento entre conversas sobre heranças divididas entre 15 filhos - na maior vibe de 'bixa pobre que quer se fazer de rica' *bocejos* - uma parte do meu cérebro pensou 'Seriously... why am i here? Eu to voltando da faculdade. Eu já namorei pessoas bonitas e legais. Eu não sou horroroso. Eu faço sexo regularmente. Eu estou lendo 'A Insustentável Leveza do Ser'. Eu sei dar opiniões coerentes e fundamentadas sobre assuntos relevantes para a sociedade. WHY, GOD?'. A outra parte do meu cérebro só conseguia torcer para que ali não passasse nenhum conhecido.

Enquanto esses pensamentos tomavam a minha cabeça, michael, o cafona pegava na minha mão e me dava beijinhos. E quando o amigo dele chamou a gente para ir no athenas, a bonita deixou a decisão pra mim, afinal o plano original era motel. Eu fiz que daquele dia eu tava sussa, era melhor a gente só conversar, como se quisesse dizer "gostei tanto de você que não quero só sexo. Vamos nos conhecer melhor". Oscar pra mim djá!

Pelo menos o amigo dele era engraçado e o sanduíche do athenas é gostoso. Pra piorar, eu já tinha prometido levar ele pra casa, e eu sou uma pessoa de palavra, então lá fomos nós pra zona norte. No caminho alguma coisa tomou conta de mim e me deu aquela vontade. É que eu lembrava dele ter um corpo incrível. NÃO, NÃO TEM. E de ser um grande gênio na cama. NÃO, NÃO É. Foi uma verdade se destruindo atrás da outra. Revi minha vida, menine. Na hora eu queria fazer algo bem bapho pra impedir aquilo de ir em frente. Sugeriram passar cheque. Do tipo 'Caguei pra você' meets pelo bom uso do literalmente. Isso é manifesto!

No final foi um caso clássico de 'tá ruim tá ótimo', porque ele exigiu que eu ligasse pra ele no dia seguinte, mas gente ruim de cama não merece receber ligação. Beijosnãoteligo. Ah, e só mais um detalhe pra coroar: segundo ele, já tinhamos ficado antes, anos atrás.

De todas as vezes que eu fui na lôca depois disso, ele estava lá.

Michael é uma advertência ambulante do que eu sou capaz.

4 comentários:

md disse...

VOCÊ é tipo genius!

c.h.i.c.o disse...

Esse aí de cima ("md") sou eu, pelo da minha mãe.

Anônimo disse...

será que todo mundo tem um michael na vida?

Mark Henriksen disse...

1. thanks. espero ser uma das pessoas bonitas e legais que vc namorou.

2. vc tem foto desse cara? me manda ja!

3. pq vc comete o mesmo erro mais de uma vez?

beijos